terça-feira, 31 de julho de 2012

Flores da Tragédia




Existem aqueles que amam o própria solidão, que elevam a toda altura a sua dor...
Não por fraqueza, não por medo de prosseguir...
Muitos que se permitem seduzir pelo profundo abismo da escuridão!
A beleza das trevas é selvagem, é encantadora aos olhos de quem pode ver.
Nem sempre os campos da glória são satisfatórios, existem almas que amam o  próprio fracasso.


Por Gabriela P.


sábado, 28 de julho de 2012




Só há sujeira... Um monte de carne podre do que já foram homens um dia... 
Carcaças que rastejam eternamente em suas utopias.


Por Gabriela P.




sexta-feira, 27 de julho de 2012

A Entrega





Me devore, sou tua presa suculenta...
Rasgue minha carne, penetre em minhas vísceras,
Alimente-se do sangue fresco, que jorra dos cortes entre as minhas pernas...
Sirva-se deste banquete que ofereço como gratidão,
Por levar-me embora desta triste vida, por libertar-me desta dor desesperada.
Arraste-me para a sua caverna, não permita que o sol encontre meus restos neste solo,
Quero permanecer no escuridão, onde minha alma sempre sufocou em solidão...
Tenha piedade e arranque antes minha língua, para que eu não possa gritar e clamar por clemência,
Não quero tempo para arrependimento.
Mantenha meus olhos, pois quero contemplar cada golpe entre suas garras e dentes afiados,
Quero observar minha carne em sua boca e ver o prazer em seus olhos...
Permita-me o abraço fúnebre da morte, deixe que o sopro gelado leve meus últimos pensamentos...
E o que sobrar compartilhe aos vermes, para que possam lamber toda a podridão desta vida desgraçada!


Por Gabriela P.


quarta-feira, 25 de julho de 2012

Sementes do Desencanto



Estamos todos infectados...
Por utopias, amarguras, medos e desilusões.
Somos todos vítimas...
Dos sentimentos, das escolhas, do caos e da memória.
Apodrecemos todos...
Na vaidade, na loucura, no desespero e na cólera.
Fingimos todos...
No amor, no prazer, no sorriso e no abraço.
Sorrimos todos...
Na mentira, na maldade, no homicídio e na desgraça.
Choraremos todos...
No início, no meio, no fim e na eternidade.
Estamos todos infectados.


Por Gabriela P.


Prisioneiro da Noite



A noite chega como um vento de inverno: gelado, forte, passageiro...
E seus encantos são fúnebres como a madrugada solitária.
Seus abraços são dolorosos, uma nostalgia de épocas jamais vividas me encontram neste momento.
Sou prisioneiro da noite, sou o gemido daqueles que sufocam em desespero.
Quando a madrugada me domina, sou possuído por um espírito bestial...
Sou fera, sou um ser rastejando na selva da escuridão.
Sinto o vapor quente das bestas que rondam na atmosfera cinzenta da noite...
Sinto o meu corpo ser tocado por sensações de profanação erótica,
Sinto algo quebrando dentro de mim, cada encontro com a noite me destrói o coração...
O medo toma conta do meu ser... Eu preciso voltar, cheguei longe demais!
Sem sair do meu quarto, todas as noites, sou engolida por trevas profundas.


Por Gabriela P.