Me devore, sou tua presa suculenta...
Rasgue minha carne, penetre em minhas vísceras,
Alimente-se do sangue fresco, que jorra dos cortes entre as minhas pernas...
Sirva-se deste banquete que ofereço como gratidão,
Por levar-me embora desta triste vida, por libertar-me desta dor desesperada.
Arraste-me para a sua caverna, não permita que o sol encontre meus restos neste solo,
Quero permanecer no escuridão, onde minha alma sempre sufocou em solidão...
Tenha piedade e arranque antes minha língua, para que eu não possa gritar e clamar por clemência,
Não quero tempo para arrependimento.
Mantenha meus olhos, pois quero contemplar cada golpe entre suas garras e dentes afiados,
Quero observar minha carne em sua boca e ver o prazer em seus olhos...
Permita-me o abraço fúnebre da morte, deixe que o sopro gelado leve meus últimos pensamentos...
E o que sobrar compartilhe aos vermes, para que possam lamber toda a podridão desta vida desgraçada!
E o que sobrar compartilhe aos vermes, para que possam lamber toda a podridão desta vida desgraçada!
Por Gabriela P.
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