sexta-feira, 21 de abril de 2017

Laroyê


Eu estive no fundo do poço, e posso afirmar que é possivel regressar do inferno.
Caminhei em trevas, totalmente cega, me perdi, sangrei, berrei em silêncio, rasguei a alma... mas veja bem: estou aqui!
Sou imensamente grata aos meus guardiões, reconheço a minha pequenez, mas através da perseverança eu me fiz grande, a minha fé me salvou do declínio total. 
Estive em campos de agonia, caminhei entre cacos e espinhos, senti o frio do desencanto congelar minha alma, consumi meu próprio veneno diluído em sangue e lágrimas...
Eu agonizei por longas madrugadas insones, sufoquei tentando engolir as palavras que eu precisava vomitar. 
Sofri, sofri, sofri... quis morrer, morri!
Mas veja bem: RENASCI!

Nova criatura em construção... Retornando! Emergindo do caos!

terça-feira, 30 de julho de 2013

O Reflexo




Nenhum prazer efêmero poderá preencher o vazio interior... Buscará de todas as maneiras silenciar esta solidão gelada e dolorosa, mas nunca deixará de ser prisioneiro do seu próprio desespero.
Olhará para si e sempre verá um estranho, uma presença que incomoda, um estrangeiro dentro da sua própria casa... Este reflexo que assusta, este espelho que condena, esta figura moribunda e desagradável que vive aí dentro, que você consegue mascarar, mas não por muito tempo.
Quando se der conta de que tudo isso é consequência de uma escolha tua, novamente o desespero se fará presente, mas dessa vez, pode ser fatal.

Gabriela P.



quarta-feira, 3 de abril de 2013

Sentidos





Não há adeus enquanto os corpos estão ardendo em febre,
Enquanto o cheiro do perfume adoça suavemente o ar,
Enquanto o sabor dos beijos ainda faz salivar!
O roçar da pele, o arrepio, o frio na barriga, o sorriso de satisfação...
Existe algo mais intenso que une dois seres, um laço que não pode ser limitado à romances e juras de amor.
Palavras são insuficientes para definir tais sensações.
O desejo é um bálsamo de delírios sussurrantes e ensurdecedores que ao simples toque, 
Faz os corpos sucumbirem aos encantos da tentação... Ah tentação, bendita tentação!
Resistir aos sentidos é impossível, quando se é capaz de controlar o corpo, os olhos entregam...

Por Gabriela P.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

A Fuga




Os dias ainda são iguais, nada tem cor...
Qualquer gole de bebida barata, qualquer prazer carnal,
É a fuga para manter-se longe do desespero.
A fumaça de cada cigarro é uma canção de liberdade...
Tudo é ilusão, uma vontade desesperada de encontrar a saída.

No abismo das horas, a inocência de um sentimento
Pode livrar a alma mais profana da danação.
O vento frio da noite, a bebida quente, o gosto do beijo, o olhar perdido...
Esses momentos mágicos e inesquecíveis, podem ser a condenação de uma alma,
E o deleite de outra.

Gabriela P.


Todo o prazer é engano!

Por Gabriela P.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012




O véu do desamor oculta a face dos homens... 
A vida cultiva o desespero, a morte o sossego!

Por Gabriela P.


quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Inferno Abissal




Existem dúvidas sobre a grande razão que nos faz homens, pessoas comuns, irmãos de raça e emoções...
Vejo a grande massa que segue desesperadamente para um futuro incerto, sem nem ao menos pesar a importância de cada passo à frente... 
Povos famintos por pão e cegos para o conhecimento! 

Há muita falácia e pouca vivência, os homens estão se arrastando pelos anos e não se percebem.
Eu observei e calei, durante anos, aceitei as condições impostas pela sociedade corrompida pela ganância e sedenta pelo prazer. 

Agora é a hora de vomitar, cuspir fora todo o amargo desses anos, e livrar-me dessa asfixia verbal... Eu não me aceito como igual!
Sou o filho renegado dessa sociedade suja e manipuladora, sou a ferida nos pés dos carrascos, sou o sorriso nos lábios de quem voa em liberdade... 

Sou o aborto, a aberração, aquele que foi deixado para trás, mas sobreviveu alimentando-se dos restos de sua podridão... 
Meu corpo está ferido e doente, mas minha mente sobrevive neste inferno abissal!

Por Gabriela P.


Sepulcro do Amor




Hoje caminho neste solo úmido, em direção ao mármore que lhe encerra...
Posso ver o seu rosto, e chorar sobre este caixão mudo e gelado!
Você se foi, deixou para trás toda a imensa solidão que alguém pôde sentir na vida,
Partiu-me em pedaços, abandonando-me para viver na escuridão dos dias.

É possível sentir o seu antigo perfume, quando me perco em lembranças...
Mas hoje, você só cheira a carne apodrecida.
Ainda me lembro do seu olhar... Olhos que eu tanto amei na vida...
E hoje é apenas um suco fétido, que serve de alimento para os mortos.

Meu amor, por que me abandonastes nesta vida cruel e infeliz?
O que eu mais queria era estar ao seu lado, ser o sopro de vida da sua existência...
Se eu já não sou a sua vida, o que eu posso ser? Eu não sou nada!
Os dias são profundos tormentos sem você...

Todo esse silêncio é angustiante, eu preciso ouvir a sua voz,
Preciso de um afago, mesmo em sonho, mas eu já não sei mais dormir...
Não tenho lágrimas, nem emoção, nem esperança...
Meu destino é arrastar-me pelas vielas lúgubres  deste cemitério maldito...
 Até quando, eu não sei! Desconheço o umbral do existir!


Por Gabriela P.


quarta-feira, 22 de agosto de 2012

O Aborto



Eu sou um aborto...
Sou o ser moribundo que desde o ventre, trazia a morbidez de um cadáver
Fui ignorado desde o primeiro momento, fui gerado pelo desespero e pelo desencanto
De uma alma perdida e amaldiçoada...
Eu sou o filho indesejado, sou o feto podre jogado aos vermes em qualquer lixeira imunda...
O grito abafado de um bêbado, sufocado por seu próprio vômito azedo...
Ah, quem me dera nunca ter sido nada! Assim não teria um mísero de sentimento por esta mãe assassina
Que devora seus filhos sem piedade!
Eu senti o calor e a força dos seus murros, senti o amargo dos venenos, senti a lâmina fria partir meus membros... Senti ódio e nojo da sua existência!
Você satisfez seu prazer profano e depois lançou sua imundície no esgoto 
Para ser devorada por ratos famintos!
Um dia eu fui gemido de prazer, agora sou apenas restos podres de momentos esquecidos no tempo...
Você me levou no ventre, me intoxicou, me agrediu com uma raiva terrível!
A sua existência é tão podre quanto eu, 
Somos seres mórbidos que rastejam nas trevas de um submundo maldito, estaremos para sempre ligados...
Eu sou um aborto, filho indesejado da Terra...
 Habitante eterno do Universo!

Por Gabriela P.


domingo, 5 de agosto de 2012

Céu da Angústia




Sou o meu próprio prisioneiro na caverna do meu desapego,
Sou pássaro sem asas, caindo em precipício...
Caminho sempre na mesma estrada, em busca de lugar nenhum...
Não há horizontes, não há ponto de chegada,
Só o mesmo véu cinzento onde murmuram meus medos!
Meus olhos são eclipses do pensamento, sangrando dores incontidas...
Não há sol, não há luz, apenas o sepulcro de meu ser!

Por Gabriela P. e Cauê Braga, 24 de Julho de 2012.


quarta-feira, 1 de agosto de 2012

O Vazio dos Anos




Os anos passam, mas as atitudes contradizem a evolução... 
Alguns são como máquinas que traduzem a modernidade, mas não podem fugir do instinto, este lado podre que nos faz homens!
Seguimos como ovelhas em marcha fúnebre para um paraíso surreal, arrastando toda essa carcaça fétida como se lá estivesse o alívio...
Muitos falam de batalhas e derrotas, outros trazem nos lábios histórias de épocas de lágrimas, 
Mas todos desconhecem o motivo do sorriso... 
Nem mesmo a agonia da loucura faz rasgar em gargalhadas, um sorriso em seus rostos carregados de angústias.
O que resta é apenas uma falsa esperança, pois o libertador é criado pelo desejo de liberdade.
Sufocamos em cânticos de amor, sem nunca o termos realmente conhecido...
Nos tornamos prisioneiros do nosso próprio desespero!

Por Gabriela P.