Hoje caminho neste solo úmido, em direção ao mármore que lhe encerra...
Posso ver o seu rosto, e chorar sobre este caixão mudo e gelado!
Você se foi, deixou para trás toda a imensa solidão que alguém pôde sentir na vida,
Partiu-me em pedaços, abandonando-me para viver na escuridão dos dias.
É possível sentir o seu antigo perfume, quando me perco em lembranças...
Mas hoje, você só cheira a carne apodrecida.
Ainda me lembro do seu olhar... Olhos que eu tanto amei na vida...
E hoje é apenas um suco fétido, que serve de alimento para os mortos.
Meu amor, por que me abandonastes nesta vida cruel e infeliz?
O que eu mais queria era estar ao seu lado, ser o sopro de vida da sua existência...
Se eu já não sou a sua vida, o que eu posso ser? Eu não sou nada!
Os dias são profundos tormentos sem você...
Todo esse silêncio é angustiante, eu preciso ouvir a sua voz,
Preciso de um afago, mesmo em sonho, mas eu já não sei mais dormir...
Não tenho lágrimas, nem emoção, nem esperança...
Meu destino é arrastar-me pelas vielas lúgubres deste cemitério maldito...
Até quando, eu não sei! Desconheço o umbral do existir!
Até quando, eu não sei! Desconheço o umbral do existir!
Por Gabriela P.
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